Ela não lhe pede explicações. Sai para a rua. Está a chover, levanta a gola do casaco. É noite. Não conhece sitio nenhum para onde ir. Encontra um banco., senta-se e chora. Sofre. Mas sofre sozinha. A confiança infantil morre dentro dela. O seu primeiro amor engana-a. Ela no fundo sabia já algum tempo que ele a enganava, mas não queria acreditar porque ao seus olhos ele era perfeito, até demais , por vezes. Mas naquele momento, ela preferia nunca ter encontrado aquela carta, carta essa que o denunciou do seu maior erro. Ao lê-la, negou a si própria , mas rapidamente percebeu que ele era tudo menos perfeito. Queria voltar atrás, quando cantarolava sem remorso, quando dançava sem hesitação, quando olhava para ele sem vergonha nem odio, apenas com amor e principalmente de quando o amava sem medo de o fazer.

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