Declaração !

Ela lembra-se de tudo exactamente. Iam a passear por entre as mais belas flores do jardim. Ele agarrou-lhe no braço, não, no braço não, no cotovelo, mais propriamente. Pos-lhe a mão por baixo do cotovelo como para a guiar. Apressou consideravelmente o passo, ela lembra-se de que toda essa precipitação a espantou, porque eles não tinham pressa. E depois disso, já num lugar calmo, onde só estavam eles os dois, ele pos-se a balbuciar banalidades de amor. Tudo completo, com o “é a primeira vez que “ e o “ para sempre”. Ela detesta essas palavras batidas que desgastam o amor, porém com tal acto mais comovente ela deixa-se levar. Ela pensa que as palavras não devem ser pronunciadas, pois a memória guarda tudo. Ele continua a dizer-lhe que a tem amado desde sempre, que a ama desde a primeira vez que a viu. Mas é muito desajeitado e a sua voz treme. Até que ela se farta de palavras e de repente atira-se para os braços deles . O seu amor sincero declara-se na inocência e na fragilidade.

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