Olhar *

“Estão a conversar. De coisas simples: a luz que está sobre as rosas, o barulho dos passos, abafado, talvez por causa do nevoeiro. Ela esconde o nariz na gola do casaco. De tempos a tempos, deitam uma olhadela para o lado, sem verdadeiramente se verem. Ela diz-lhe que é melhor entrarem. Olham-se. Ela demora-se a observar-lhe os olhos, essa pigmentação indefinida da iris, azul e beige, muito pálida. Ele diverte-se com a audácia desta observação descarada. Ri, mas os seus olhos sondam-na. Tudo nela desperta e se ilumina. Ela sente-se ela, perfeita e perturbante. Ama-o.”

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