Espera !

O comboio partiu, ele ficou a ver os dois pequenos olhos azuis a desaparecerem na noite. Está sozinho no cais, sente o frio do betão a atravesar-lhe os sapatos. Como pode ela partir quando o encontro de ambos está ainda tão fresco e tão frágil ? Amá-lo-á ela o suficiente? Sente-se despojado, desconstruido, sofre como jamais sofreu. Três dias de espera, três dias de ausência. Ele sacrificar-lhe-ia estes tres dias da sua vida, se pudesse. Mas sente, confusamente (e isto faz crescer a sua raiva) que ao querer precipitar estes três dias de espera está também, irremediavelmente, a precipitar o final do seu amor.

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